quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CONVIVIO DE 08/08/10 EM REBORDAINHOS (III)

Festa rija…

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Pelas 9h da manhã, de um dia que se anunciava temperado, com Sol brilhante e alegria pairando nos ares, começaram a aparecer, uns após outros, os obreiros de mangas arregaçadas, dispostos aos sacrifícios requeridos pelos preparativos, bem organizados e coordenados, das tarefas previamente definidas, para não haver falhas na recepção aos numerosos convivas, mais de 170, segundo estimativas, parte deles descansando, por certo, ainda em seus leitos. Já no dia anterior, alguns dos membros da Direcção passaram parte do dia no corte de ervas secas, prevenindo qualquer incêndio, colocação de protecção solar, posicionamento das mesas, cadeiras, máquina de refrigerantes, aparelhagem sonora, e o demais necessário à concretização do evento, anunciado em vários sites da net e cartazes afixados por toda a parte.
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A Maria da tia Laura, incansável, prontificou-se no empréstimo de um dos grandes potes que serviu para cozer o caldo verde, travessas, malgas, facas, tudo quanto fosse necessário, assim como a tia Julieta Gomes, proprietária dos outros dois potes, das couves e das batatas ofertadas gratuitamente. Enquanto se faziam horas para a Eucaristia, prevista para as 11h30, observei as cortadoras das couves, pacientes e dedicadas (na fineza do corte está o segredo de um bom caldo de couves), Lurdes tio Sebastião, Cândida, esposa do Ferreira e Júlia do tio César, em volta de um grande tacho, bem dispostas, rindo e trabalhando, talvez recordando tempos passados naquela escola da maior parte de nós, enquanto outras colaboradoras, esposa do tonho da tia Benedita, Luísa da Margarida, duas já citadas no empréstimo dos utensílios, e sobretudo, a Maria, esposa do Casimiro, a quem “tiro o meu chapéu” pela força, dedicação, sabedoria, empenho, coragem, enfim… uma trabalhadeira de “arromba”… que me perdoe alguma pessoa que não citei por esquecimento, se entregavam de alma e coração aos temperos das carnes, vitela e porco, frangos e sardinhas, e à preparação das saladas, tomates, alfaces e cebolas, sem esquecer o descascar das batatas.

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Também a parte masculina teve um desempenho notável de entreajuda. Acender os fogareiros, fixar as toalhas de papel nas mesas para não serem levadas pelo vento, mas sobretudo assar, tarefa árdua e desagradável, provocada pelo calor e fumo, mais o sol a apertar sobre as cabeças. Entregue ao churrasco, o Manuel da Margarida, não arredou pé, para que estivesse quentinho e prontinho a comer, enquanto o Carlos, tio Arnaldo, Ferreira, eu próprio, Tonho da tia Benedita, Tarcísio e Emídio, Casimiro, Zé Maria, Alexandre, e outros que suspenderam o trabalho para assistir à missa, ajudavam aqui ou ali, ocupando-se do outro assador. Gostaria que ficasse bem claro na mente dos leitores que não citei estas pessoas em detrimento de outras que não estavam presentes por razões diversas que nos impedem muitas vezes de poder estar onde queremos, e de fazer o que desejávamos… A união faz a força, e a nossa terra sempre foi exemplar neste sentido…

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O meu olhar fixou-se na multidão de pessoas que vinham subindo rua da Portela acima em direcção à escola. É um grande estimulo, e magnífico incentivo, servindo como recompensa para quem se esforça em reunir e confraternizar com gentes de todos os universos, compartilhando o que de melhor há na vida: paz, alegria e amor. Nativos ou de adopção, nascidos e criados ou simplesmente visitantes de passagem, acompanhantes de pais, avós, amigos ou curiosos, que importa?... Essencial é o facto da reunião; sem restrições nem complexidades, esquecendo a existência de realizações sociais mais ou menos conseguidas, admitindo que os valores morais estão por cima de todos os outros, e que a vida merece ser vivida em confraternização com o próximo, pelo escasso tempo que nos é concedido.

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Os rostos reflectem os sentimentos, espero que as fotos completem o que ficou por dizer, já que não temos acesso à alma de cada um. Foi um dia maravilhoso, que passou, mas, deixou marcas vivas de harmonia, divertimento, saudosas recordações nos reencontros de uns, no conhecimento e aproximação de outros, e sobretudo o testemunho das raízes vivas e activas dos Rebordainhenses. Os jogos tradicionais da nossa infância foram apenas jogados nas discussões, e emocionantes recordações, porque o tempo corre mais depressa agora, e a juventude que apareceu numerosa, sorridente e descontraída, participou e contribuiu cordialmente com a presença aliando o presente e o passado. Após a sobremesa de melão e melancia, veio o baile animado e o jogo da sueca, que se prolongou pela tarde fora, sempre com os refrigerantes nas proximidades e de acesso fácil gratuito. Esta reportagem é da minha autoria e livre vontade, com o intuito de levar até aos que não tiveram a possibilidade de estar presentes, recordações e vivências, por iniciativa da Direcção da Associação Social Cultural e Recreativa de Rebordainhos do evento CONVÍVIO. Desejo para todos os sócios, as maiores felicidades, assim como para os visitantes convidados; agradecimentos sinceros aos membros da Direcção, especial referência respeitosa para o Sr. Presidente da Junta e Pároco da Freguesia. Que a nossa terra amada viva para sempre dentro de nós…

António Brás Pereira

6 comentários:

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Tentei, tudo por tudo, inserir um ou dois vídeos na mensagem. Desisti, porque estou há meia hora à espera de carregar o primeiro. Tenho pena, mas paciência!

Obrigada pela reportagem escrita e fotografada.

Beijos

antonio disse...

Gratos estamos nós, pelo trabalho desnvolvido no empenho e dedicação em defesa de uma causa nobre e benévola que sempre disponibilizaste, mesmo quando, para tal és obrigada a adiar ou desistir do teu viver pessoal. As fotos, quer as minhas quer as do Sr Américo, com quem tive grande prazer em dialogar, refletem apróximadamente o vivido, e sei que os videos são uma seca para transferi-los. Coloquei um noutra rede, e levou quase uma hora, pelo que, já estavas desculpada. Mais uma vez os meus agradecimentos sinceros, e o desejo de que a coragem não saia vencida pelos factores negativos.
Aporveito para pedir desculpa a um Sr. Anónimo, que colocou um comentário de humor, e eu tomei por provocação. Beijos para as irmãs primas e um abraço para os visitantes sempre numerosos e amantes das noticias da nossa querida terra.

Olímpia disse...

Parabéns, António.
De facto, só tu, para fazeres esta tão interessante reportagem.
Como é do teu conhecimento, não nos foi possível estarmos presentes, mas nem por isso deixámos de estar solidárias com este tão salutar convívio.
Bjos

Olímpia

Américo Amadeu Pereira disse...

ANTÓNIO BRÁS,gostei da descrição do
convívio, simples e objectiva, com
a ilustração das fotos, uma imagem
perfeita do que foi o dia 8, com a
preparação e vivência que vai ficar
para a história da ASCRR.
Américo

Céu disse...

Fico particularmente feliz pelo sucesso deste convívio que, a pouco e pouco vai crescendo e se vai tornando cada mais fraterno e mais unido.
Parabéns a todas as pessoas que colaboraram na entreajuda, ao Senhor Américo pelas fotos e ao António pelas fotos e descrição que achei clara e objectiva. Adorei.
Céu

Cesar disse...

Parabéns Tonho. Gostei de ver e ler tudo. Só lamento, lamento muito mesmo!, não poder marcar presença também, mas a vida é assim mesmo: Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho. Pelo menos tive a oportunidade de rever (virtualmente, claro)irmãos que não vejo pessoalmente há longos nove ou dez anos.
Parabéns também às Trasmontanas e trasmontanos que se doaram para o sucesso do convívio e a todos os convivas presentes...
Um abraço

César